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                No grupo dos inseticidas usados em domicílio destacam-se 
                os piretróides, compostos sintéticos que apresentam 
                estruturas semelhantes à piretrina como aletrina, resmetrina, 
                decametrina,cipermetrina e fenpropanato.  Os 
                piretróides têm uma alta atividade inseticida mesmo 
                em pequenas dosagens, o que possibilita seu emprego residencial. 
                No entanto, quando usados abusivamente no ambiente doméstico 
                são irritantes para os olhos e mucosas e principalmente 
                hipersensibilizantes, causando tanto alergias na pele como asma 
                brônquica para crianças e adultos. Os piretróides 
                são facilmente absorvidos quando ingeridos, respirados 
                e em contato com a pele. Em doses muito altas podem determinar 
                lesões duradouras ou permanentes no sistema nervoso periférico. 
                 Assim, 
                nas intoxicações agudas, os piretróides, 
                após exposição excessiva por curto período, 
                podem causar sintomas como formigamento nas pálpebras e 
                nos lábios, irritação das conjuntivas e mucosas, 
                espirros, para posteriormente, desencadear coceira intensa, manchas 
                na pele, secreção e obstrução, excitação 
                e convusões.  Os 
                supermercados, armazéns e botequins estão cheios 
                de inseticidas e repelentes, com embalagens atrativas e propagandas 
                na TV com o bebê dormindo e a mãe aplicando spray 
                de inseticidas contra o mosquito. Se de um lado os produtos vendidos 
                não advertem, claramente, quanto à periculosidade 
                aguda ou crônica dos inseticidas, de outro, os profissionais 
                de saúde esquecem de perguntar a respeito. Os sintomas 
                que aparecem na intoxicação aguda, confundem qualquer 
                médico, levando-o a classificá-los como um processo 
                alérgico, por exemplo, de causa desconhecida. Nas intoxicações 
                crônicas também, nem sempre, é estabelecida 
                a causa com os venenos domiciliares.  Resta 
                fazer a seguinte indagação? Será que precisamos 
                de todos estes venenos dentro de casa? Será que temos que 
                ter tamanha ojeriza por tudo quanto é bichinho? 
                Ou será melhor instalarmos mosqueteiros ,iscas e telas, 
                medidas tão eficientes, de baixo custo e amenas do ponto 
                de visto toxicológico.   Koshiro 
                Otani - Médico do trabalho e sanitarista |