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                que se prove o contrário, as pessoas nascem, vivem e morrem. 
                Não há como escapar da morte ou transferir 
                para outros o nosso morrer, diz a filósofa Dulce 
                Critelli.  Não 
                se pretende aqui falar sobre a morte, o que se deseja enfocar 
                é que se um dia vamos morrer, que o façamos com 
                dignidade, sem sofrimentos. Melhor seria se pudéssemos 
                morrer dormindo, privilégio de uma parcela pequena dos 
                que morrem. A grande maioria, nos dias atuais, morre de morte 
                violenta ou de forma lenta e difícil em leitos hospitalares. 
                É sobre esta morte que vamos falar.  Se 
                de um lado a medicina tem o mérito de prolongar a vida 
                das pessoas, há que, de outro, preservar a nobreza do seu 
                final. Assim, uma nova missão que se apresenta ao hospital 
                contemporâneo, ao lado de prolongar a vida, é a de 
                proporcionar, quando inevitável,uma morte natural, sem 
                sofrimentos e com dignidade.  CUIDADOS 
                PALIATIVOS é a denominação que se dá 
                ao campo da medicina que valoriza a atenção especial 
                aos que se encontram nos derradeiros estágios da vida e 
                se preocupa, também, com a repercussão na dinâmica 
                das famílias.  Segundo 
                o prof. Marco Tullio de Assis Figueiredo, professor da UNIFESP-EPM, 
                é uma atividade médico-assistencial, com característica 
                multiprofissional que cuida dos sintomas do corpo (médico, 
                enfermeira, fisioterapeuta, fonoaudióloga), da mente (psiquiatra, 
                psicológo, psicanalista, psicoterapeuta), do espírito 
                (sacerdotes de diferentes religiões, de acordo com a crença 
                do paciente), da família, procurando soluções 
                para os mais variados problemas (assistente social, corpo voluntariado). 
                 É 
                por intermédio dos CUIDADOS PALIATIVOS que a equipe de 
                profissionais aceitam o processo natural do envelhecimento, da 
                falência precoce dos órgãos vitais como um 
                processo degenerativo da doença como um fenômeno 
                própria da natureza humana.. Koshiro 
                Otani Médico do Trabalho do Hospital Santa Cruz
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