|  (Prof. Dr. Elcio H. Sato*)  Na década 
                de 80, o laser começou a ser utilizado para cirurgia de 
                defeitos na visão, como miopia, astigmatismo e, mais recentemente, 
                para hipermetropia. Rapidamente, a cirurgia utilizando o Excimer 
                laser tornou-se a cirurgia oftalmológica mais realizada. 
                Existem duas técnicas principais de laser, o PRK (ceratectomia 
                fotorefrativa) e mais recentemente o Lasik (ceratomileusis in 
                situ com laser). O Excimer laser tem capacidade de remover tecido 
                da córnea com precisão de 0,25 micrometros, 300 
                vezes mais fino que um fio de cabelo humano. Indicação  A cirurgia 
                é indicada para pacientes acima de 21 anos e com o grau 
                estável por pelo menos 1 ano, pois a cirurgia não 
                evita a progressão da doença. Existem também 
                limites para a quantidade de graus que podem ser corrigidos pela 
                cirurgia, que depende dos exames pré-operatórios 
                oftalmológicos criteriosos. Os pacientes usuários 
                de lentes de contato devem suspender seu uso 7 dias antes dos 
                exames pré-operatórios. Para miopia, o limite superior 
                é de até cerca de 11 graus, para hipermetropia em 
                torno de 5 graus e astigmatismo de até 4 graus, dependendo 
                dos exames. O pretendente 
                a cirurgia deve ter os olhos saudáveis e a decisão 
                final será decidida em conjunto com o seu oftalmologista. 
                É importante que o médico oftalmologista tenha título 
                de especialista e esta informação pode ser obtida 
                no Conselho Brasileiro de Oftalmologia em São Paulo (tel. 
                0xx11 - 3266-4000) ou no Conselho Regional de Medicina local. Cirurgia  Não 
                há necessidade de internação, sendo a cirurgia 
                realizada com anestesia com colírio e dura cerca de 10 
                minutos por olho. O paciente é liberado logo após 
                a cirurgia, com os olhos protegidos por uma concha transparente, 
                sem necessidade de tê-los tampados. A cirurgia pode ser 
                realizada nos dois olhos no mesmo dia ou separadamente, ficando 
                a critério do paciente e do seu médico essa decisão. Depois que 
                o efeito do colírio anestésico passa, a pessoa pode 
                sentir ardor e sensibilidade à luz e recomenda-se que ao 
                chegar em casa permaneça descansando por cerca de 1 hora 
                com os olhos fechados. Ao abri-los, é possível notar 
                uma melhora importante na visão. Normalmente, após 
                24 horas, pode-se retornar às atividades normais. Deve-se, 
                porém, evitar contato com água do mar, piscina e 
                esporte de contato (futebol, por exemplo) por 30 dias. O processo 
                de cicatrização se completa após seis meses. Resultados 
                e Complicações  Cerca de 
                85 a 90% das pessoas operadas abandonam os óculos. Existe 
                a possibilidade de retoque, devendo-se aguardar a cicatrização 
                completa para realizá-lo. Caso o paciente não queira 
                se submeter ao retoque, ele pode voltar a usar lente de contato 
                ou óculos. Existem outras 
                queixas como de halos em volta das luzes, principalmente à 
                noite, mas na maioria dos casos desaparecem com o tempo. A complicação 
                mais grave é a infecção (risco de 1 para 
                15 mil cirurgias), porém, com diagnóstico precoce 
                e tratamento apropriado, pode ser controlada, evitando seqüelas.  Conclusão, 
                é importante ter consciência de que a cirurgia a 
                laser, apesar de rápida, prática e de alta tecnologia, 
                está sujeita a complicações como outra operação 
                qualquer. Além do mais, por ser a cirurgia uma opção 
                pessoal e que pode ser programada, o paciente deve pensar bem 
                a respeito e decidir em conjunto com seu médico oftalmologista 
                se deseja ser submetido a ela. |