(Texto:
Venerável Mestre Hsing Yün | Foto: Divulgação)
A maioria das
regiões, qualquer que seja sua localização no mundo,
estejam no Hemisfério Norte ou no Hemisfério Sul, experimentam
as mudanças das quatro estações primavera,
verão, outono e inverno. A primavera traz consigo brizas suaves
e chuvas breves; o verão observa o florescer das flores e o verdejar
das plantas; com o outono, vem a seca e o vento; com o inverno, o frio
e o gelo. Os diferentes climas das quatro estações se assemelham
aos vários estágios da vida cada um com suas próprias
características.
Um filósofo,
certa vez, comparou a vida às quatro estações: a
juventude é a primavera; a maturidade é o verão;
a meia-idade é o outono; e a velhice, o inverno. Assim como cada
estação oferece uma paisagem singular, as quatro estações
da vida também têm seus atributos individuais. Essa comparação
é, de fato, muito pertinente.
Estágios
e mudanças gradativas
Assim como
existem quatro estágios nas estações e na vida, todos
os fenômenos passam por mudanças gradativas. O universo passa
por quatro estágios: formação, existência,
declínio e vazio. O mundo nasce de causas e condições;
a seguir, tem um tempo limitado de existência e, ao passar por mudanças
e níveis cada vez maiores de declínio, finalmente cessa
de existir. O vazio, no entanto, não significa o fim, já
que o mundo atravessa o ciclo de formação, existência,
declínio e vazio, uma e outra vez, infinitamente.
O corpo humano
também passa por quatro estágios: nascimento, envelhecimento,
doença e morte. Com o nascimento, a família se regozija.
Com a velhice, os entes amados se afligem. Com a doença, as mentes
se preocupam. E, diante da morte, a família se aflige. Mas a morte
não significa o fim da vida ela é simplesmente uma
transmigração. Sucessões de nascimento, envelhecimento,
doença e morte se seguirão.
Nossas mentes
também atravessam incessantes estágios de surgimento, existência,
mudança e extinção. Quando um pensamento surge, todos
os tipos de imagens aparecem em nossas mentes. Enquanto ele existe, a
mente flui com o pensamento. Mas, quando o pensamento muda, uma miríade
de variações ocorrem e, quando ele cessa, murcha como uma
flor e espera a próxima floração. Não podemos
controlar as quatro estações do mundo, nem as quatro fases
dos fenômenos, mas podemos ter o leme das quatro estações
da vida. Dessa forma, faremos melhor uso delas quando chegarem.
A primavera
da vida é o tempo de brotar e crescer. Devemos nos fortalecer absorvendo
nutrientes, cultivando nossa compaixão e abraçando o desejo
de salvar o mundo. No viçoso florescer do verão, devemos
beneficiar aos outros, oferecendo nossa energia para complementar seu
crescimento. Com a aproximação da maturidade do outono,
devemos contribuir para os iniciantes na vida com nosso conhecimento,
doando-lhes os abundantes frutos conquistados por nós. Com a chegada
do inverno da vida, devemos fazer uso de nossas realizações
para enriquecer o mundo, tal como o Sol de inverno aquece a terra. Que
maravilhoso toque final para nossas vidas!
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