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Caderno Budismo

Teoria sem prática... o saber sem o compreender
A disciplina em colocarmos em prática o conhecimento
que temos em teoria nos faz verdadeiros conhecedores do caminho que escolhemos para trilhar
Fotos: Cristina Izumi Sagara

Um córrego que originariamente tenha quantidade de água suficiente apenas para lavar um pequeno lenço, ao se fazer uma barragem e ao represar suas águas, é possível através de um sistema hidrelétrico transformá-lo em energia e levar um pouco de luz à escuridão das noites de uma vilarejo ou outro, e nada mais. Da mesma forma, um ser humano, por mais dotado de habilidade que seja, ao valer-se apenas de seu dom e tentar fazer isto, aquilo, tudo ao mesmo tempo, a concentração fica tão dissipada que o resultado acaba em “... dois pássaros voando e nenhum na mão...”, e o indivíduo atravessa uma vida inteira sem ter feito algo por completo. Por mais limitado que seja um dom ou uma habilidade, ao concentrarmos este dom em um ÚNICO caminho, conseguimos enxergar e observar detalhadamente cada passo e cada centímetro deste nosso caminho, ou seja, nós nos tornamos peritos do caminho que escolhemos.

Normalmente, comemos três refeições ao dia e não é porque há guloseimas ou bebidas saborosas que deixamos de lado alguma refeição. O café-da-manhã tomamos de manhã, assim como o almoço no meio do dia. Não é possível comer as três refeições de uma vez só. Ao comermos nossas refeições todos os dias disciplinadamente no horário correto é que conseguimos manter uma vida regrada e saudável, correto!? A prática de hábitos corretos e a disciplina em colocarmos em prática todo o conhecimento que temos em teoria nos faz verdadeiros conhecedores do caminho que escolhemos para trilhar.

Na real necessidade, o verdadeiro aprendizado

Um agricultor chamado Sankiti estava cuidando de sua roça quando avistou Kengo, um senhor cego da vizinhança se aproximando. Kengo era um senhor muito inteligente e vivido e sempre levava a melhor nas discussões com Sankiti. Olhando para o cego que se aproximava, veio à mente de Sankiti uma maldosa idéia de se vingar de Kengo pelas vezes em que teve seu orgulho ferido. Com um sorriso macabro em seu rosto, ficou à espreita no caminho de Kengo. Assim que ele se aproximou, segurou-o pelo braço, rodopiou-o por várias vezes e soltou seu braço justamente na direção contrária em que vinha andando o cego. Kengo, então, tateou o chão com sua bengala e começou a andar na direção contrária. Satisfeito com o sucesso de sua vingança, Sankiti já estava prestes a gargalhar quando, de repente, Kengo, depois de alguns passos, deu meia volta e começou a andar na direção correta. Inconformado, porém curioso, Sankiti perguntou como ele conseguiu achar a direção certa. Caçoando de Sankiti, Kengo respondeu: “Você acha que sou cego à toa!”, e continuou rindo de Sankiti e explicou: “A minha deficiência visual me fez muito mais sensitivo do que quando eu enxergava. No momento em que você me rodopiou, eu estava apreciando a suave brisa de primavera que soprava em meu rosto. Ao começar a andar, percebi que estava na direção errada e me guiei pela direção da brisa”. Sankiti, inconformado, perguntava-se: “Mas a brisa que está soprando é quase imperceptível, ainda se fosse um vento...”. Refletindo sobre o tempo desde que Kengo havia perdido a visão, Sankiti lembrou-se de que, há muitos anos, o próprio Kengo vivia se machucando por colidir em obstáculos, mas, com o passar dos anos, na real necessidade de conviver com sua deficiência, Kengo desenvolveu percepção e sensibilidade apuradíssimas.

Ao mergulharmos de corpo e alma na escuridão do conhecimento e ao nos concentrarmos para encontrar os pequenos vaga-lumes que iluminarão nossos caminhos, conseguimos apurar nossa percepção para ver, ouvir e sentir os detalhes do universo a nossa volta e nos tornamos capazes de deliciarmo-nos mesmo com as pequenas coisas que estão em nossos caminhos, apenas esperando para serem notadas.

Diz-se que o verdadeiro agricultor não é aquele que simplesmente semeia, rega e colhe. O verdadeiro agricultor é aquele que semeia com o coração, rega e cultiva com o coração e colhe com o coração, sendo conhecedor da terra que lhe dá os frutos.

Concentre-se emum único caminho que só a você cabe, somente a você.


Créditos: O texto é uma compilação da coletânea de Shunmyo Sato, comentado por seu discípulo bispo Dosho Saikawa, superintendente da Sotoshu na América do Sul e abade da Comunidade Budista Soto Zenshu da América do Sul, Templo Busshinji. Tradução de Cristina Izumi Sagara.
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