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Caderno Budismo

Nossa vida... nosso tempo... nossas escolhas...
Quando conseguirmos cumprir nossas tarefas sem nos deixarmos levar pela ganância, conseguiremos capturar o satori que está ao nosso alcance
Fotos: Cristina Izumi Sagara

Ânsia pela busca da fama pode trazer imagem negativa

Normalmente, entramos em um novo ano buscando saldar o ano que passou e redefinimos novas metas para o novo período. Entretanto, esta separação de um ano para outro é algo que realmente existe? Assim como cada um de nós é uma parte integrante do cosmos, não há concretamente como separarmos uma coisa de outra. O tempo existe e não existe ao mesmo tempo e, por isso, podemos refletir e redefinir nossas metas quando e como for preciso sem termos que esperar mudar o calendário.

O lenhador e o satori

Um lenhador entrou em uma densa floresta e cortava uma grande árvore quando, à sua frente, surgiu um animal muito raramente visto, denominado satori. Este era “o animal” pelo qual muitos indivíduos dedicavam corpo e alma em uma busca incansável de encontrar o tal ser. “Algo assim tão raro e eis que, repentinamente, surge à minha frente. Devo ser um homem de muita sorte”, pensou o lenhador. Nesse momento, passou-lhe pela mente a idéia de capturar o animal vivo. Mas, quase imediatamente, o satori, lendo os pensamentos do lenhador e num tom irônico, disse: “Você está pensando em me capturar vivo, não é!?”

Surpreso, o lenhador ficou simplesmente atordoado e boquiaberto. “Como pode alguém que está pensando em me capturar ficar surpreendido por eu ter lido o que está em sua mente [coração]... mas que coisa desprezível”, disse o satori.

Ainda mais surpreso com a reação do animal e já irado, pensou “... que petulância, vou dar cabo dele com o meu machado!” E, então, o satori, já se preparando para fugir, virou-se e disse: “Ora, ora... agora você já está pensando em me matar... uui, que medo!”, e continuou caçoando.

O lenhador, já aborrecido, pensou: “Desisto! Não vou perder mais tempo com um animal destes, preciso voltar ao meu trabalho, que é meu ganha-pão e o sustento de minha família”, e voltou a cortar lenha.

Novamente, lendo o pensamento do lenhador, o satori virou-se e disse, zombando: “Que pobre coitado! Finalmente você acabou desistindo de me capturar, é!?”

Decidido a deixar de lado aquele animal tão sinistro, o lenhador retomou seu fôlego e voltou a se concentrar apenas em cortar sua lenha. Repetindo os golpes do machado na raiz da grande árvore, o suor escorria de sua testa, e o tronco da árvore, aos poucos, cedia quando, numa enérgica machadada, eis que a cabeça do machado se soltou e voou. POR ACASO, voou e bateu justamente na cabeça do satori, que ainda perambulava por lá... Por acaso e sem premeditar, o lenhador capturara o satori vivo.

O satori, que havia zombado do lenhador por conseguir ler todos seus pensamentos premeditados, desta vez não conseguiu ler a mente do lenhador, que estava em estado de mushin – mente e coração vazios, simplesmente concentrados em sua tarefa.

Quando as pessoas se precipitam na ânsia de obter fama, seus atos acabam trazendo-lhes uma imagem negativa de promoção pessoal. Na sociedade em geral, muitas vezes aqueles que avidamente se esforçam por tentar mostrar serviço são tachados de “Caxias”, ou mesmo de bajuladores por seus companheiros. Aqueles que desesperadamente buscam meios de obter lucros são tachados de gananciosos e desprezados pela sociedade, não conseguindo, assim, sequer capturar o seu “animal” chamado lucro.

Há um ditado que diz: “Ganância e Desprendimento são semelhantes”, ou seja, os indivíduos gananciosos por sua excessiva obsessão de obter lucros acabam ficando mais vulneráveis a ter prejuízos, o que os deixa com o mesmo resultado de não ter ambicionado nada, como os desprendidos. Ou ainda, aqueles com ambições grandes demais, que os fazem desprezar oportunidades de pequenos lucros, pois só têm olhos para grandes lucros, aparentemente fazendo-os parecer que não têm ambição.

No momento em que nós, seres humanos, conseguirmos simplesmente cumprir as nossas tarefas com dedicação, sem nos deixarmos levar por ganância ou busca premeditada de fama, conseguiremos, então, capturar o raro animal satori que está ao nosso alcance.


Créditos:
O texto é uma compilação da coletânea de Shunmyo Sato, comentado por seu discípulo, bispo Dosho Saikawa, superintendente da Sotoshu na América do Sul e abade da Comunidade Budista Soto Zenshu da América do Sul, Templo Busshinji. Tradução de Cristina Izumi Sagara.
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