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Caderno Budismo

Vivendo aqui e agora
Vamos dar valor ao presente, pois é este o melhor
momento de nossas vidas
Foto: Divulgação

Nem sempre percebemos, mas o verdadeiro paraíso que buscamos é o “aqui” que vivemos “agora”

Introdução
No decorrer de suas andanças pela China em busca da essência do verdadeiro Ensinamento Budista, o mestre Doguen teve a oportunidade de conhecer muitos mestres que o inspiraram a escrever obras de imensurável valor, cujo ensinamento vem sendo transmitido até os dias de hoje para aqueles que buscam o modo vida zen. Uma destas preciosas obras é o “Tenzo kyôkun – Instruções para o Tenzo” (a denominação Tenzo refere-se àqueles que, nos templos zen, são os responsáveis pelo preparo das refeições dos monges, sendo este um cargo muito respeitado e exercido por monges eminentes). Mestre Doguen despertou para a necessidade de transmitir o ensinamento zen através do “preparar” e do “servir” as refeições, aspecto este não legado até então. O preparo das refeições é uma prática tão enriquecedora e importante quanto à prática de zazen – meditação zen.

O despertar

Na ocasião em que Doguen passou pelo Templo Tendôzan (China) para visitar o mestre Myozen, que se recuperava de uma enfermidade, adentrou o templo e, ao caminhar pelo corredor leste a caminho da Sala de Buda, avistou um velho monge de coluna arqueada e sobrancelhas longas e brancas como penas de um tsuru (grou) que estava colocando shiitakes (cogumelos) para secar, dispondo-os um a um sobre uma base de telhas (normalmente, em grandes templos, a utilização de shiitake é bastante grande e eles precisam ser secos durante o período mais quente do verão.) Doguen percebeu, então, que o velho era o mestre Yuu, o Tenzô do templo. Apoiando seu corpo com uma bengala de bambu em uma das mãos e, apesar do forte sol, não usava sequer um chapelão de bambu trançado para realizar sua tarefa, e o suor lhe brotava sem parar. Esta etapa era apenas o início do processo de secagem do shiitake e, mesmo para um jovem noviço, seria uma tarefa bastante desgastante e, para um monge ancião septuagenário, então, a cena era dolorosa.

Sensibilizado, o jovem Doguen caminhou até aproximar-se do Tenzô Yuu e perguntou-lhe a idade. Interrompendo seu trabalho, respondeu: “Tenho 68!”. Doguen novamente perguntou, preocupado: “Um monge ancião como o senhor não deveria estar fazendo um trabalho tão árduo... o senhor não poderia delegar esta tarefa para algum auxiliar?” A resposta do Tenzô foi simplesmente: “Se um trabalho foi realizado por outro, o mérito do resultado é de quem o realizou, nunca meu”. Certamente, aquela aguçada resposta do velho monge deve ter penetrado fundo no peito de Doguen, mas, preocupado com a saúde do ancião, continuou: “O senhor tem toda a razão, mas hoje está um dia muito quente e me preocupo se este esforço demasiado nestas condições não afetaria sua saúde”. Com firmeza, o velho Tenzô Yuu respondeu: “Você está me dizendo que eu deixe passar ESTE MOMENTO precioso que jamais voltará e espere até algum outro momento para fazer o que tenho a fazer agora!?” – e continuou a execução de sua tarefa.

Sem dúvida, as palavras soaram como tiros. A cada palavra do velho Tenzô, um tiro de sabedoria ecoava na mente do jovem Doguen. Totalmente desarmado, Doguen tranqüilizou-se ao perceber que o descanso do velho monge era poder realizar seu trabalho NAQUELE MOMENTO. Uma postura venerável, sustentada por uma pilha de experiências acumuladas e vividas momento a momento, a cada precioso momento de sua vida...

Um outro não pode ser EU
Lá não pode ser AQUI
Uma outra hora não pode ser
AGORA!

Cada um de nós vive um momento completamente distinto, mesmo que compartilhando o mesmo momento espacial. Cada um de nós está no cruzamento do seu EU, AQUI e AGORA! Nem sempre percebemos, mas o verdadeiro paraíso que buscamos em algum lugar distante é o AQUI, que vivemos AGORA.

Os objetivos de nossa vida não estão em um lugar distante, e sim bem à nossa frente. Vamos dar valor ao momento presente, pois é este o momento mais importante de nossas vidas.


Créditos:
O texto é uma compilação da coletânea de Shunmyo Sato, comentado por seu discípulo, bispo Dosho Saikawa, superintendente da Sotoshu na América do Sul e abade da Comunidade Budista Soto Zenshu da América do Sul, Templo Busshinji. Tradução de Cristina Izumi Sagara.
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