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Opinião - Edição 572 - Jornal NippoBrasil

Medidas extremas, mas paliativas

Teruo Monobe*

Em artigo anterior, comentamos a valorização do real, ou a desvalorização do dólar por aqui. A questão é a mesma do copo meio vazio ou meio cheio: o real se valoriza ou é o dólar que se desvaloriza? São assuntos como esses que fazem que não resistamos à tentação de voltarmos à questão do dólar. Também, porque as notícias de economia só falam na “medida extrema” editada e implementada logo no primeiro dia após o primeiro turno das eleições. Dois dias depois, outra medida para não deixar a cotação do dólar cair ainda mais.

Claro que a equipe econômica queria que a medida fosse conter a valorização do real. Mas, os especialistas já haviam alertado que medidas como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), como foi feito, seriam válidas apenas no curto prazo. O primeiro round deu errado e o dólar continuou errático. Fica a questão se o governo vai insistir com outras medidas, além da compra pelo Tesouro de moeda norte-americana no mercado. Que medidas mais poderiam ser? Quantos coelhos ainda existem na cartola?

Como se diz popularmente, o buraco é mais embaixo: a guerra das moedas está se acirrando em todo o mundo e o real está no meio do tiroteio, além da recente capitalização da Petrobrás, que ajudou a derrubar a cotação do dólar. Na realidade, as autoridades têm pouca bala: não conseguem fazer muito mais do que estão fazendo porque estão amarrados com a política de juros (altos) que atraem especuladores do exterior. O que fazer? O dólar não pode se desvalorizar ainda mais no mercado porque os efeitos resultantes são muito ruins.

Enquanto ocorre “a guerra das moedas” pelo mundo, dirigentes europeus e asiáticos se reuniam recentemente em Bruxelas para tratar do assunto. A pressão dos europeus é para a China valorizar a sua moeda (o yuan) de forma que os produtos europeus ganhem competitividade. Exportando mais seus produtos, os europeus conseguirão manter o nível de emprego em melhores patamares, estancando um pouco a atual crise econômica. Mas, como toda reunião desse tipo não chega a nenhuma medida, o assunto fica postergado.

Outros países, como o Japão, tomaram medidas mais curiosas, no caso, a redução dos juros, que agora ficam entre zero e 0,1%. No Brasil, curioso é ver que os analistas aceitam mais intervenção do governo no mercado de câmbio a curto prazo. Sobra a solução extrema: reduzir os juros internos. Fazendo isso, o investidor estrangeiro deixaria de ganhar com a arbitragem. E, também, o Tesouro diminuiria os custos de manter o alto volume de reservas. A questão é que essa medida é muito mais complicada.

Aqui entra o componente sempre falado, reprisado e enfatizado: por que não cortar o mal pela raiz diminuindo os juros e os gastos correntes que incomodam a economia? Deve-se observar que os juros básicos do Brasil sempre ocuparam as primeiras posições no ranking mundial, e agora, com as principais economias globais reduzindo as taxas para próximo de zero para reativar o nível de atividade econômica, não há como justificar que o Brasil permaneça no patamar atual.

Os países que mantêm o juro baixo (Japão, Estados Unidos e Europa) não só tentam conter o efeito recessivo da valorização de suas respectivas moedas, mas também a deflação. Então, havendo dinheiro a juros baixos no exterior, os investidores fazem a arbitragem: captam dinheiro a juros baixos e aplicam no Brasil a juros altos, e lucram um bocado. Como é uma operação de soma zero, alguém sai perdendo. Ganha um prêmio quem adivinhar quem sai no prejuízo.

Os analistas haviam citado outras medidas à disposição do Banco Central. Tais medidas incluiriam a atuação no mercado futuro de câmbio, que, de acordo com especialistas, é onde as apostas a favor da valorização do real dobraram em dois meses, com volume atual de US$ 16 bilhões. Outra medida incluiria a atuação do Fundo Soberano do Brasil, que enxugaria o mercado, comprando os dólares, para manter a cotação do real em patamares aceitáveis. Mas, a atuação do Tesouro no mercado à vista serviu para estancar a queda.

O Brasil paga pelo sucesso, pois já se previa que receberia muitos recursos porque foi pouco afetado pela crise internacional. Só que faltou ao País preparar-se para receber o dinheiro do exterior. Enquanto a China mantém elevados lucros comerciais e tira proveito da moeda subvalorizada, o Brasil tem a perspectiva de zerar o superávit comercial no ano que vem com o real valorizado. As coisas parecem do avesso, é preciso mudar urgentemente. Do contrário, dias piores virão em 2011 com o novo governo.




*Mestre em Administração Internacional e doutor pela USP
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