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Opinião - Edição 579 - Jornal NippoBrasil

A volta do ouro

Teruo Monobe*

Nesta época de instabilidade nos mercados tradicionais, os investidores estão se voltando para o ouro. É o que se chama “ativo real”. O metal sempre foi um porto seguro, principalmente para os investidores mais conservadores. Além da segurança, o que está atraindo as atenções é o rendimento que até novembro estava em torno de 39%. A princípio, as razões para a corrida ao ouro incluem o dólar fraco, o mercado de ações volátil e as economias mundiais em crise.

A questão é que alguns governos começam a pensar no ouro como substituto das principais moedas mundiais porque estas estão se desvalorizando. Como o metal é cotado em dólar, e este se desvaloriza, o preço sobe ainda mais. Além disso, alguns países estão propondo a substituição do dólar pelo ouro como padrão monetário, contrariamente ao que houve em 1971, quando o então presidente Richard Nixon, dos EUA, rompeu o estabelecido na Conferência de Bretton Woods (1944), que havia estabelecido o padrão-ouro.

O ouro repete uma trajetória curiosa. Em épocas de instabilidade, de guerras ou grandes incertezas, o metal passa a ser um ativo bastante procurado. Em novembro passado, o presidente do Banco Mundial surpreendeu a todos quando sugeriu que o preço do ouro deveria ser considerado o padrão de medida, depois de quase 40 anos de uso do papel-moeda para calcular as cotações no sistema monetário internacional. A discussão já está aberta.

Além de ser uma defesa contra a incerteza política, historicamente o ouro também serve para proteger o investidor contra a inflação. É refúgio seguro, principalmente agora que os investidores estão preocupados com a injeção US$ 600 bilhões pelo Banco Central Americano (Fed) no mercado. Como esse dinheiro vai circular no mundo todo, prevê-se que todas as moedas serão afetadas, não só o dólar norte-americano. Aliás, já existe certa rejeição ao dólar americano, cuja cotação já está abaixo do dólar canadense e do dólar australiano.

Estatísticas mostram que o dólar americano caiu 6% nos últimos dois meses em comparação com as principais moedas, enquanto o ouro subiu 17%. Se contado desde a crise de 2007, o ouro subiu 90%. De acordo com os analistas, no curto prazo, as cotações do ouro podem chegar a US$1.500 a onça-troy (31,1 gramas, medida-padrão nas bolsas). Embora essa cotação seja alta, está longe do pico do final dos anos 1970, quando chegou a US$ 2.387 (ajustado pela inflação).

Os analistas acham semelhança com os anos 1930 quando as principais moedas caíram e o ouro subiu. O ouro agora é usado como estratégia de investimento, não estando restrita aos gestores de fundo de risco. Os investidores pessoa física dos Estados Unidos estão alocando de 30% a 35% da renda em ouro. Outros acham que pode ser até o começo de uma bolha – a bolha do ouro. Dizem eles que as moedas teriam de desvalorizar muito e a inflação idem para que se justificasse a ascensão do ouro da forma como está ocorrendo.

Para o investidor pessoa física, é preciso lembrar que o ouro tem uma série de limitações. Trata-se de um investimento de longo prazo. A liquidez não é tão grande, e na Bolsa a exigência mínima é a compra de um certificado de 250 gramas. Por isso, a aplicação é considerada de elite, longe do pequeno investidor. Os grandes dominam as transações. A opção do pequeno investidor, assim, é usar o mercado de balcão, mas nesse caso, o retorno pode não ser vantajoso. A alternativa é a compra de moedas de ouro.

Outras particularidades do investimento em ouro é que o investidor tem de procurar conhecer os corretores. De acordo com especialistas, é necessário fazer uma pesquisa para verificar os custos da aplicação (comissão de intermediação) e a reputação da corretora. Quanto à custódia, o metal fica em um banco autorizado, que pode ser o Banco do Brasil. Na venda, há apenas a transferência do certificado de compra.

Curioso é o mercado de ouro físico no Brasil. De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, cerca de 80% da produção brasileira não é comercializada no mercado interno, já que as empresas são taxadas em 10,25% na venda. O que outrora era um negócio rentável, hoje o ouro sofre de todo o tipo de problemas, incluindo a questão da burocracia, do meio ambiente e até da invasão de terras. Sem falar nos impostos. Daí, a importação. Como em outros setores, ficou mais fácil importar do que produzir o metal.




*Mestre em Administração Internacional e doutor pela USP

 

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