Carregamento
da primeira entrega no dia 28 de setembro teve até cerimônia
oficial na planta de Kanazawa
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(Fotos: Kyodo)
Um bom computador
processa algo em torno de 1 megaflop (operações de ponto
flutuante por segundo). Já uma máquina profissional, capaz
de renderizar animações em três dimensões e
operar dezenas de programas abertos ao mesmo tempo, multiplica esse processamento
por 20. O supercomputador K, que a Fujitsu desenvolveu em parceria com
o instituto de pesquisas japonês Riken, gira 10 petaflops. Não
sabe o que é o prefixo peta? É simplesmente o número
10 elevado à 15ª potência. Capacidade de processamento?
Nada menos que 1 quadrilhão de operações por segundo,
o que lhe confere o título de computador mais rápido da
história.
Todo esse desempenho,
porém, ocupará um certo espaço. Como cada unidade
é do tamanho de um refrigerador doméstico, e o K reúne
cerca de 800 delas, apesar de a Fujitsu ter começado a entregar
as peças no dia 29 de setembro, o computador só poderá
ser montado na sede do Riken no outono de 2012. Isso porque devido ao
seu tamanho e à própria capacidade de produção
da empresa, a estimativa é que sejam entregues oito unidades por
semana.
O computador,
no entanto, quase teve seu projeto cancelado devido à crise econômica
mundial. Isso porque seu custo de desenvolvimento, apesar de não
divulgado, pode ter passado da casa dos bilhões de ienes, e um
painel da Unidade de Revitalização Governamental do Japão,
classificou a ideia como não viável financeiramente, solicitando
à Riken, órgão vinculado ao governo japonês,
que a suspendesse temporariamente. Assim que o governo cortou o veto,
o projeto foi retomado.
Energia
nuclear
Não
é a primeira vez que a Fujitsu participa de projetos grandiosos.
Outra entidade que trabalha com computadores desenvolvidos pela empresa
é a Agência Japonesa de Energia Atômica (Ajea), que
utiliza um sistema feito sob encomenda em diversas áreas de investigação
em energia atômica, incluindo simulações do processo
de fusão nuclear, desempenhando ainda um importante papel na garantia
de uma utilização segura da energia atômica, já
que, através de um programa de simulação, ele é
capaz até de avaliar a resistência das instalações
nucleares a terremotos.
Para tanto,
a supermáquina, construída em torno de um cluster de larga
escala para computação paralela, tem um sistema híbrido
composto por três subsistemas computacionais de servidores, cada
um destinado a diferentes fins. Os supercomputadores são
indispensáveis para todo o tipo de cálculos científicos
necessários no domínio da investigação e desenvolvimento
em energia nuclear. Além disso, ele nos possibilita o desenvolvimento
de códigos para a próxima geração de supercomputadores,
que deve estar pronta em 2012, afirma Toshio Hirayama, diretor do
Centro para Ciência Computacional e Sistemas Eletrônicos da
Ajea.
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