(Fonte:
Agencia Brasil)
Em
dois anos, o número de brasileiros presos no exterior passou
de 2,5 mil, em 2011, para 3.209, em 2013. Um aumento de quase
30%, segundo dados divulgados pelo Ministério das Relações
Exteriores (MRE). O tráfico e o porte de drogas estão
entre os principais delitos, correspondendo a 30% dos casos.
Segundo
a pasta, um aumento expressivo foi registrado na América
do Sul, onde o número de presos passou de 757, em 2012,
para 864, no ano passado. Os maiores aumentos deram-se no Paraguai
e na Bolívia. Os principais crimes na região são
narcotráfico e porte de drogas, que correspondem a 33,33%
do total. Em 2013, dos 288 presos, por esses motivos, 128 foram
presos no Paraguai, 48 na Bolívia e 34 na Argentina.
De
acordo com a diretora do Departamento Consular e de Brasileiros
no Exterior, ministra Luiza Lopes da Silva, o aumento não
está relacionado apenas à ocorrência de crimes,
mas também a uma maior presença do consulado brasileiro
em órgãos públicos e delegacias no exterior.
Além disso, o possível aumento de policiamento nos
demais países é apontado como um dos motivos para
o crescimento das prisões.
Embora
o maior aumento seja na América do Sul, a maior parte dos
presos está na Europa: 1.108 pessoas. O principal crime
praticado na região também é o narcotráfico
e porte de drogas, que totalizam 496 casos, 44% ao total. Por
esses motivos, estão detidos 150 brasileiros Espanha, 118
na Itália e 76 em Portugal.
A América
do Sul aparece em segundo lugar. Em terceiro, está a América
do Norte, com 729 prisões, das quais 726 pessoas estão
nos Estados Unidos. Na região, o narcotráfico representa
2,06% dos casos. A maior parte foi presa por irregularidade migratória,
assassinato, assalto, violência doméstica, estupro,
direção sob influência de álcool e
drogas, entre outras causas.
A ministra
destacou o caso da Ásia, que aparece em quarto lugar, com
417 presos. No Japão, onde estão 407 brasileiros,
na maioria jovens, o narcotráfico corresponde a 25% dos
casos. "Temos um caso de delinquência juvenil. Não
temos nenhuma outra situação desse tipo em nenhum
outro país", afirmou.
Segundo
Luiza, a pasta identificou que, entre os fatores que levam à
delinquência, está a evasão escolar. Ela explica
que muitas famílias vão para o Japão para
trabalhar como operárias e não sabem se vão
ficar ou não por muito tempo. Os pais, pelo trabalho, não
têm condições de acompanhar os filhos. "A
carga escolar é muito pesada no Japão, os pais estão
em fábricas a maior parte do tempo e não conseguem
dar a assistência necessária. Muitos estudantes brasileiros
são vítimas de bullying e acabam deixando a escola,
ficam ociosos e acabam indo para as ruas, formando gangues",
diz.
Para
tentar dar uma assistência aos jovens presos, o MRE, no
ano passado, levou o Exame Nacional para Certificação
de Competências de Jovens e Adultos (Encceja) para o Japão.
Pelo exame, os brasileiros recebem certificação
do nível fundamental ou médio. Em Tóquio,
26 presos fizeram o exame no ano passado. Neste ano, são
35 inscritos. O ministério pretende levar o exame para
prisões de outros países.
Os
demais brasileiros presos estão na África (40),
Oriente Médio (20), América Central (18) e Oceania
(13). Ao todo, o governo gastou cerca de US$ 120 mil com assistência
aos brasileiros presos, no ano passado.
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