(Fonte:
ipcdigital.com (matéria IPCTV))
A partir
do próximo dia 15/10, o governo japonês deve liberar
visto de reentrada de pessoas que deixaram o Japão com
a ajuda de 300 mil ienes oferecida na época da crise.
A nota
permitindo o retorno foi divulgada na sexta-feira, e assinada
pelo gabinete e três ministérios: da Justiça,
dos Negócios Estrangeiros e a pasta que cuida da Saúde,
Trabalho e Bem Estar Social.
Mais
de 20 mil brasileiros estão na lista de espera. São
pessoas que na época da crise estavam desempregadas e receberam
300 mil ienes de ajuda para retornar a terra natal, com uma condição:
não entrar no Japão enquanto o governo não
desse o sinal verde.
E finalmente
esse momento chegou. Para conseguir a reentrada, é preciso
cumprir algumas condições, o principal é
apresentar contrato de trabalho de no mínimo um ano quando
for solicitar o visto nos consulados do Japão. O objetivo
é assegurar uma vida estável aos descendentes de
japoneses que queiram voltar ao país, diz Natsuko Horii,
da divisão de Política e Emprego dos Estrangeiros
dentro do Ministério do Trabalho.
A ajuda
de 300 mil ienes foi um benefício oferecido pelo Japão
em 2009 aos descendentes de japoneses desempregados. A reentrada
seria liberada após três anos, mas essa decisão
dependia da conjuntura econômica e da garantia de empregos
para os retornados.
"A
economia japonesa está melhorando gradativamente, mas não
foi só por isso que o governo liberou a reentrada. A promessa
deveria ter sido cumprida há mais tempo. Até acho
que demorou muito", diz o professor Yasushi Iguchi, da universidade
Kansei Gakuin.
Foi
acreditando na possibilidade da volta ao Japão em três
anos, que mais de 21 mil pessoas entraram no programa. Desse total,
20 mil são brasileiros principalmente das províncias
de Aichi e de Shizuoka. Em Mie, Shiga e Gunma, foram pouco mais
de mil pedidos de retorno.
Os
mais otimistas acreditam que a decisão do governo vai aquecer
a economia da comunidade. "Deve ter muita gente esperando,
muitas pessoas que vieram com ajuda, e entraram em contato, desde
que vieram para o Brasil já queriam voltar para o Japão
em 2012. Eu acredito que a grande maioria tinha até perdido
a esperança, mas a partir do momento em que for divulgado
acho que vai ter uma grande demanda. E a procura será muito
grande", disse Miyako Nishida Ito, que trabalha em uma agência
de turismo e emprego no Brasil.
Porém,
os problemas também devem se repetir se algumas providências
não forem tomadas, porque as circunstâncias atuais
são outras.
"Não
adianta o governo japonês liberar o visto e a pessoa não
conseguir emprego. E o mercado de trabalho no Japão está
muito mais difícil do que antigamente, não só
por causa do idioma, como também de moradia. Antigamente
as empreiteiras vinham buscar no aeroporto e ofereciam todo apoio,
e isso está díficil de conseguir hoje em dia. Então
as pessoas tem que se preparar através de amigos econhecidos
no Japão, além de conhecimento da língua
japonesa", afirmou Masato Ninomiya, presidente do Ciate.
Mesmo
quem não pegou a ajuda do governo, sabe que não
basta ter vontade e permissão para voltar ao Japão.
"Estou
precisando voltar ao Japão, mas estou praticamente zerado,
o problema é o financiamento. Eu moro de favor com minha
irmã", desabafou o ex-dekassegui, Yoshinori Tateishi.
Um preparo melhor e qualificação podem ajudar os
retornados a reescreverem sua história. Agora, como vencedores.
BENEFICIÁRIOS
DA AJUDA DE RETORNO
Total:
21.675 pessoas
Brasileiros:
20.053
Peruanos:
903
Outros:
719
BRASILEIROS
BENEFICIADOS POR PROVÍNCIA
Aichi
|
5.547 |
Shizuoka |
4.387
|
Mie |
1.487
|
Shiga |
1.321 |
Gunma |
1.298
|
|