(Fonte
e foto: Larissa Moraes/www.Embrapa.br)
Pesquisadores
do Brasil e da Coreia do Sul discutiram projetos de parceria
para a agricultura familiar brasileira em um workshop realizado
em Brasília, nos dias 18 e 19 de dezembro de 2013. O
evento reuniu cientistas da Embrapa, do Instituto de Desenvolvimento
da Coreia (KDI), Instituto de Economia Rural da Coreia (KREI),
Universidade Chungang, Universidade Nacional de Seul e Universidade
de Seul.
O
grupo trabalha no desenvolvimento de projetos de pesquisa em
parceria sobre três temas: cultivo protegido, automação
e mecanização; tecnologias de gerenciamento de
pós-colheita e processamento; e financiamento, gestão
e cooperativismo.
A
ideia é aproveitar no Brasil as experiências de
sucesso da Coreia do Sul, um país onde a agricultura
de pequena escala é forte e bastante desenvolvida. Nos
anos 60, os coreanos iniciaram a chamada revolução
branca na agricultura, por meio da qual o país
consegue produzir alimentos o ano todo, mesmo com um inverno
rigoroso.
Graças
à revolução branca, o consumo per capita
de vegetais no país asiático saltou de apenas
50 quilos por ano em 1965, para 150 quilos atualmente. Nos anos
90, os coreanos alcançaram a autossuficiência em
alguns produtos, entre eles o arroz e hortaliças. De
acordo com o pesquisador Ítalo Guedes, da Embrapa Hortaliças,
o consumo médio do brasileiro é de 30 quilos por
ano.
A
expansão do cultivo protegido, incentivada por políticas
públicas, permite que a Coreia produza hoje hortaliças
de alta qualidade. O país é o segundo do mundo
em áreas de cultivo em estufa, com mais de 50 mil hectares,
atrás apenas da China. Por exemplo, toda a produção
de tomate na Coreia é feita dessa forma.
Outros
campos em que a agricultura coreana se destaca são na
mecanização para pequenas áreas, uso eficiente
dos insumos e controle de pragas e doenças, e avançadas
tecnologias de pós-colheita, para reduzir perdas no armazenamento
e estender a vida útil dos alimentos.
O
objetivo dessa parceria é utilizar a experiência
da Coreia nas áreas de cultivo protegido e organização
da cadeia produtiva para os pequenos produtores, de forma a
agregar valor à agricultura familiar no Brasil,
resume o pesquisador Gilberto Silber Schmidt, coordenador do
Labex Coreia, Laboratório Virtual da Embrapa no Exterior
sediado naquele país. Os trabalhos de pesquisa devem
ser iniciados em 2014.
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