As
pesquisas genéticas feitas pelos produtores brasileiros são
um dos principais motivos do aumento da qualidade das flores
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(Foto: Arquivo
NB)
O consumidor
mais atento pode observar que, entre as gôndolas de hortifrutigranjeiros
nos supermercados, estão cada vez mais presentes os vasos de violetas,
orquídeas, crisântemos, gérberas, rosas, lírios,
antúrios, só para ficar nas flores mais populares. Mesmo
não sendo produtos de primeira necessidade, flores e plantas ornamentais
fazem parte de um setor que está em expansão e que deve
crescer 15% este ano.
A projeção
foi apresentada pelo presidente do Instituto Brasileiro de Floricultura
(Ibraflor), Kees Schoenmaker. Ele aposta em um faturamento próximo
de R$ 4 bilhões este ano e acredita em crescimento constante, pelo
menos, nos próximos três ou quatro anos.
Segundo Schoenmaker,
essa evolução tem ocorrido graças ao aquecimento
do mercado interno com a migração das classes D e
E para a classe C e exportações menos vantajosas diante
da valorização do real. Para fora do País, de acordo
com ele, têm seguido mais bulbos e mudas.
Quanto ao mercado
interno observa: Há um fato importante na mudança
de comportamento. Antes, as pessoas compravam flores em épocas
especiais para presentear. Hoje, elas estão levando os produtos
para consumo próprio. Schoenmaker também atribui o
bom desempenho do setor aos investimentos tecnológicos no desenvolvimento
de novas variedades.Ele conta que houve avanço nas pesquisas genéticas,
com adaptações de espécies às condições
climáticas do Brasil, e nos processos de armazenagem e transporte,
sob proteção de câmaras frias para evitar perdas diante
de temperaturas mais altas.
No entanto, o
dirigente lamenta a carência de mão de obra, principalmente,
na região de Holambra, a 140km da capital paulista. Para ele, a proximidade
com os municípios de Mogi-Mirim e Campinas, com grande oferta de
empregos na área industrial, faz que os trabalhadores de Holambra
tenham mais opções de escolha. |
Helicônias:
espécie será estudada, multiplicada e preservada na
unidade da Embrapa em Rondônia
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Quem trabalha
ou aprecia flores tropicais terá em Roraima o caminho mais indicado
para encontrá-las, com a possibilidade de adquirir exemplares de
diversas espécies da região. É que a Embrapa Roraima
torna-se a fiel depositária da coleção de flores
tropicais da Amazônia, com o credenciamento concedido pelo Conselho
de Gestão do Patrimônio Genético do Ministério
do Meio Ambiente.
Segundo o chefe-geral
da Embrapa Roraima, Francisco Joaci de Freitas, a responsabilidade para
abrigar e realizar a curadoria da coleção significa que
a empresa pode coletar, transportar e identificar botanicamente o material
nativo para desenvolver pesquisas, processos de multiplicação
in vivo e in vitro e permitir acesso às mudas aos viveiristas e
floristas. Todo o material vai ser preparado também para
ser depositado em herbário. Com esta mudança, vamos ter
a possibilidade de conhecer e preservar a rica diversidade de flores da
Amazônia, completa.
A pesquisadora
Jane Franco, da Embrapa Roraima, explica que, com o credenciamento, ela
e sua equipe passam a percorrer o Estado e a realizar coletas nas áreas
de savana, vegetação de transição e de floresta
para buscar material. Vamos colher várias espécies,
principalmente de orquídeas e helicônias, informa.
A unidade deve receber 100 mudas destes dois tipos de flores, doadas pelo
Centro de Biotecnologia da Amazônia, órgão sediado
em Manaus e vinculado ao Suframa, que serão repassadas ao público
em geral interessado no cultivo destas plantas.
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