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Especial - 04/05/2010
 
Merenda escolar de Mogi das Cruzes
serve caqui de sobremesa
A “terra do caqui” diversifica a comercialização da fruta
em escolas públicas da cidade
 

O cogumelo é outro alimento que ganhou destaque na merenda escolar de Mogi das Cruzes como forma de divesificar o cardápio das crianças

Na região do Alto Tietê, que inclui Mogi,
são 350 produtores de caqui

(Reportagem: Karin Kimura | Foto: Arquivo/NB)

Estamos na época da colheita de caqui e não é só nas prateleiras das feiras e supermercados que o colorido da fruta chama atenção. No prato dos estudantes das escolas municipais de Mogi das Cruzes, o caqui agora é destaque na sobremesa. As instituições de ensino e outras entidades ligadas à prefeitura aderiram a um cardápio adaptado à oferta da fruta nesta estação.

Em conjunto com a Secretaria da Agricultura e com a Associação de Agricultores de Mogi, o Departamento de Alimentação Escolar da cidade colocou em prática o projeto de inserção de novos alimentos ao cardápio das crianças. Desde o ano passado o caqui já é servido na merenda, e neste ano voltou com tudo no dia 23 de março – logo após a abertura de safra da fruta, no dia 20 de março.

Além de diversificar a alimentação, é uma forma de incentivar a agricultura local. São mais de 350 produtores de caqui somente no Alto Tietê, dos quais 80% estão em Mogi das Cruzes. “Nós precisamos valorizar o produto que temos, afinal são 2.000 hectares de plantação, sendo que são empregadas quatro ou cinco pessoas por hectare em média. Isso equivale a quase 10 mil novos empregos nessa época de colheita”, ressalta o Secretário da Agricultura, Oswaldo Nagao.

Divididos em 214 pontos de distribuição entre escolas e entidades subvencionadas, como o Sesi e Senai, os 43 mil alunos da rede municipal também são beneficiados. A nutricionista e diretora do Departamento de Alimentação Escolar de Mogi, Maria Helena Cecin Resek Albernaz conta que houve uma boa receptividade dos alunos com o novo cardápio, inclusive porque alguns estudantes têm pais que trabalham na produção de caqui, então há maior afinidade com a fruta. Por outro lado, algumas não a conheciam, gostaram e levaram esta experiência para casa. “Muita gente não conhecia a fruta e jogava fora porque estava mole e achava que estava estragada” conta Albernaz.

A entrega do produto é feita por uma empresa terceirizada, mas vai diretamente dos produtores para as escolas. “É importante que o produto chegue fresco às crianças” ressalta Nagao. A primeira entrega deste ano somou 6.200 quilos de caqui, do tipo Rama Forte (espécie variável) e, dependendo da oferta, é negociado também o tipo Fuyu (espécie doce, amagaki). “Surpreendeu-me porque eu tinha muito receio de que as crianças não gostassem do caqui por ser uma fruta mole e até mesmo por não saber se em casa eles já haviam experimentado, mas vi que alguns alunos entram na fila para repetir, então é sinal de que gostaram”, lembra a diretora da merenda, afirmando que isso também favorece a criação de novo hábitos alimentares que a criança leva para a vida adulta.

Maria Helena diz ainda que as escolas são orientadas a apresentar a novidade às crianças na sala de aula, em conjunto com as atividades educacionais. “As professoras ensinam os benefícios da fruta na alimentação como parte das aulas de ciências ou de forma mais lúdica com teatro de fantoches”, explica.

Midori Hiramatsu Sakurai é diretora da Escola Municipal Desembargador Armindo Freire Mármora - Distrito César de Souza - e conta que houve uma boa aceitação por parte dos alunos. “A grande maioria comeu porque era novidade, eu acho que é uma ótima forma de valorizar o produto da região”, avalia Midori.

O champignon é outro alimento que começou a ser incorporado na merenda no ano passado e, segundo Maria Helena, a aceitabilidade foi de 89% entre as crianças. Mogi é o maior produtor de cogumelo da região e por isso o alimento também ganhou espaço na merenda. De início foram feitos testes com receitas, primeiro no próprio Departamento de Alimentação Escolar e depois nas escolas, para ver a reação das crianças. E hoje já são distribuídos 2.000 quilos de champignon em conserva por mês.

Outros produtos como repolho e alface também são comercializados diretamente com produtores da região para as escolas da cidade. De acordo com Nagao, a intenção da Secretaria da Agricultura é continuar expandindo a ideia. “Para as próximas inovações do cardápio, eu sugeriria a nêspera, bastante produzida na região”, diz.

 
Fruta típica da Ásia

O caqui é uma fruta de origem asiática, cultivada há séculos no Japão e na China. Ela chegou a São Paulo em 1890, mas, no Brasil, o cultivo da fruta só se expandiu a partir de 1920, com o conhecimento dos imigrantes japoneses, que trouxeram novas variedades e o domínio da produção. Atualmente, é plantado em todas as regiões de clima temperado e subtropical do mundo.

O caqui é rico em nutrientes e fonte de vitaminas, cálcio e ferro. É uma das frutas com maior teor de vitamina A, que atua na visão e no crescimento e formação dos ossos, e é essencial para o desenvolvimento do sistema imunológico. Também é rica em amido, pectina e açúcares.

O consumo da fruta é recomendado para combater desnutrição e para quem sofre de tuberculose, anemia, descalcificação e enfermidades das vias respiratórias. É, ainda, um aliado do coração. De acordo com estudo publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry, o caqui contém grande concentração de fibras alimentares, minerais e compostos fenólicos, substâncias aliadas na luta contra a arteriosclerose (formação de placas de gordura nas artérias).


Confira outros benefícios

• A grande quantidade de fibras ajudam a regular as funções intestinais.

• É recomendado contra afecções do fígado e problemas intestinais.

• O consumo de 2 a 3 caquis por dia alivia a acidez do estômago, dores e câimbras.

• Por ser rico em betacaroteno, possui ação benéfica em dentes, pele, olhos, unhas e cabelos.

• 100 gramas de caqui chocolate fornecem 74,4 calorias.

• É fonte de vitamina C, que ajuda na cicatrização, aumenta a resistência a infecções e auxilia na absorção de ferro pelo organismo.

• Possui vitaminas do Complexo B, que ajudam a transformar em energia os nutrientes ingeridos e contribuem para a formação de células e órgãos.

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