DICAS
- Segundo Nelson Nakamura, para qualquer tipo de pescaria, o mais
importante é que a pessoa equilibre bem o equipamento |
(Texto:
Erika Horigoshi/NB | Fotos: Arquivo
Pessoal e Luiz Fernando Pelegrini/RH Fotografias)
Quem nunca
pescou, não tem o menor conhecimento sobre o assunto, mas está
disposto a fazer da pesca um hobby não pode perder as informações
deste texto. É possível, sim, fazer dessa atividade um gostoso
passatempo, mas, para pescar, não bastam apenas a velha vara de
bambu e a latinha de leite condensado cheia de terra e minhocas para isca.
Atualmente, não só os materiais, mas também a forma
de pescar evoluíram, chegando ao consciente pesque e solte,
cada vez mais aderido por praticantes independentes e estimulado em pesque-pagues.
A
pescaria em si é muito vasta. Desde a variedade de peixes, ao equipamento
utilizado e também ao ambiente onde ela é realizada. Tudo
depende do tipo de peixe que a pessoa quer pescar, analisa o pescador
profissional Nelson Nakamura. Só a vontade, entretanto, não
é suficiente para se iniciar na arte da pesca. É preciso
atenção aos detalhes e disposição. Mais do
que isso, é preciso dinheiro, afinal, o produto da pesca, ou seja,
a captura de peixes, é resultado de uma espécie de investimento
feito na aquisição do material mais adequado à pescaria
escolhida e também dos acessórios que integram o arsenal
do pescador (veja box).
É
importante, na hora da aquisição, que o futuro usuário
seja devidamente orientado para a compra de um equipamento de qualidade
e que seja balanceado para o tipo de pescaria que ele deseja fazer,
aconselha Nelson Maciel, também pescador profissional. É
também durante a pesquisa de materiais e preços e no ato
da aquisição que o futuro pescador deve pedir todo o auxílio
possível, a fim de acumular conhecimentos sobre o uso dos equipamentos
para tornar a pesca mais gratificante.
A leitura de
bibliografia sobre o assunto, como livros e revistas, bem como a busca
de dicas com os pescadores veteranos aproveitando inclusive sua
companhia nas primeiras pescarias , são experiências
fundamentais para não ficar perdido com vara e isca nas mãos.
É o que aconselha o pescador e mergulhador profissional Giancarlo
Zago. A busca de informações leva também ao
conhecimento sobre os tipos de peixes existentes em cada lugar e também
seus hábitos alimentares. Com isso, será mais fácil
o pescador escolher o material ideal para se dar bem na pescaria,
orienta.
Pela
variedade de possibilidades de pesca, a começar por ambientes e
espécies, torna-se difícil estabelecer um kit de material
para iniciantes. Mesmo assim, Maciel arrisca um palpite. É
uma tarefa difícil, mas eu recomendaria, como primeiro equipamento,
a aquisição de um molinete médio, com capacidade
de aproximadamente 100 metros de linha 028 ou 030 e uma vara de fibra
de carbono de 8 a 14 lb. Os anzóis, as chumbadas, as bóias
e as iscas irão variar de acordo com o tipo de peixe a ser pescado,
resume.
A utilização
de iscas naturais ou artificiais é um outro capítulo à
parte. De acordo com Maciel, depois de algum tempo usando iscas naturais,
os pescadores, sentindo-se mais conhecedores do esporte, aderem à
utilização das iscas artificiais, que podem ser pequenos
objetos de madeira, plástico, metal e outros. O importante
é saber o hábito alimentar das espécies para escolher
a isca, opina Zago.
Enfim, muitas
são as recomendações para uma pescaria bem-sucedida.
Vale lembrar que consciência, responsabilidade, humildade e disciplina
são ingredientes que não podem faltar não só
para aprender com os mestres no assunto, como também para conhecer
e respeitar o período liberado para pesca, as áreas e as
restrições quanto à quantidade de pescado em várias
localidades do Brasil. Algumas dicas são permanentes. Para
qualquer tipo de pescaria, o mais importante é que a pessoa equilibre
o equipamento, ou seja, adapte o material a ser utilizado com o tipo de
peixe desejado. O objetivo é deixar a pescaria gostosa, sempre
buscando desafios e dando chance para o peixe, assim a briga fica justa,
define Nelson Nakamura.
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O equipamento
técnico a ser levado numa pescaria vai depender do peixe que se
prentende fisgar. Há diferenças entre pesca em água
doce e em água salgada, a começar pelas espécies
encontradas nesses dois ambientes, o material usado e as iscas apropriadas,
explica o pescador e mergulhador profissional, Giancarlo Zago.
Para os interessados
na captura de lambaris, por exemplo, o pescador profissional Nelson Maciel
indica varas telescópicas de fibra de vidro ou carbono de 3 a 5
metros de comprimento, ponta fina, linhas 012 a 016, chumbo do tamanho
de um grão de arroz e bóia de peninha. Importante
também é não esquecer da isca. Muitas vezes, utiliza-se
sagu, bolinhas de macarrão, bichinhos de pão, massinhas
diversas e, claro, a tradicional minhoca, conta o pescador.
Entretanto,
para os que pretendem pescar tilápias, piaus e até pequenas
carpas, o material já é um pouco diferente. As varas
têm o mesmo comprimento, porém sua espessura é mais
grossa, com linhas 020 a 028, anzóis 10 a 14, chumbadas de cerca
de 3 gramas e iscas como bicho da laranja, larvas de insetos, massinhas
diversas, milho, capim, erva-doce e minhoca, ensina Maciel.
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Glossário
para leigos
Para os inexperientes na arte da pesca, algumas palavras e expressões
podem parecer estranhas. Pensando nisso, o NB selecionou alguns verbetes
e listou-os a seguir, com seus respectivos significados:
chicote linha principal na qual se colocam os anzóis
atados com pedaçoes de linha de náilon, a chumbada, o snap
e um girador (para o caso de pesca com molinete).
chumbada fragmento de chumbo (ou pedra) preso à rede
ou à linha de pescar. Conserva a linha esticada, o que ajuda o
pescador a perceber fisgadas na linha.
corrupto tipo de crustáceo decápode
(que tem dez pés, patas ou outro membro do sistema locomotor).
Alguns tipos medem poucos centímetros, enquanto outras espécies
que habitam lagoas formadas por corais chegam a alcançar 30 cm.
girador também chamados de destorcedor, o
girador tem a função de evitar a torção da
linha, que pode acontecer, principalmente se o pescador estiver utilizando
o molinete.
molinete espécie de bobina fixada no cabo de uma vara
de pescar e sobre a qual se enrola a linha.
snap feito de aço, sua utilidade está
no momento da troca da isca artificial sem precisar cortar a linha e fazer
outro nó. Também é chamado de grampo.
vara telescópica tipo de vara que pode ser
feita de carbono, fibra de vidro, ou, quando misturados esses dois materiais,
de mix carbon. Cada uma delas é destinada a um tipo de pescaria.
Quando o objetivo é a captura de peixes segurando a vara o tempo
todo, por exemplo, recomenda-se o uso da vara de carbono. Se for possível
o uso do suporte para vara, prefira as de fibra de vidro ou de mix carbon,
que são mais resistentes e também flexíveis.
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