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Opinião - Edição 583 - Jornal NippoBrasil

Política cambial e crescimento econômico

Alberto Furuguem*

As primeiras medidas do governo Dilma Rousseff no campo da política cambial foram anunciadas pelo Banco Central (BC) na primeira semana de janeiro. O presidente do BC, Alexandre Tombini, as classificou como de natureza prudencial.

É possível que a referida medida coincida com uma reversão na tendência da taxa de câmbio do real frente ao dólar. Como bem lembrou Tombini, ao anunciar a medida (recolhimento ao BC do que exceder US$ 3 bilhões de posições vendidas dos bancos no mercado futuro), no sistema de câmbio flutuante, a taxa pode ir para baixo ou para cima. Depois de tanto ir para baixo, entretanto, é normal que se desenvolva a crença de que o movimento será sempre no mesmo sentido. Neste caso, as apostas no mercado financeiro acabam contribuindo para pressionar por novas valorizações do real. É o que estava acontecendo. Não custa lembrar, entretanto, que grandes prejuízos já foram impostos a quem fez apostas equivocadas sobre o comportamento futuro da taxa de câmbio.

O principal recado que o governo está passando, já há algum tempo, tanto no âmbito do Ministério da Fazenda quanto do BC, é que não se deseja valorizações do real que possam ameaçar o próprio crescimento da atividade econômica.

Ao lado disso, é de se considerar que o governo disponha de instrumentos para fazer valer seu objetivo. A sinalização de que o Fundo Soberano do Brasil também poderá atuar no mercado, constitui mais uma indicação de que o objetivo é evitar que o real siga valorizando-se, a ponto de inviabilizar segmentos importantes da nossa atividade industrial.

Em matéria de política cambial, cada país terá, a cada conjuntura, suas razões para colocar em prática o que melhor lhe parece. Neste momento, o desafio que se apresenta ao governo Dilma Roussef é conter a valorização do real, dadas suas implicações no processo de desenvolvimento econômico brasileiro. Deixado ao livre sabor do mercado, o efeito de novas valorizações poderia ser devastador para a economia brasileira. É claro que um dia a situação tenderia a se ajustar, em resposta ao crescente déficit em conta corrente, mas o estrago já teria sido muito grande.

O preço da moeda estrangeira pode ajustar-se rapidamente, diante de novas expectativas do mercado, mas um estrago na estrutura produtiva pode ser definitivo.

Alguns poderão argumentar que devemos nos preocupar com outros fatores que prejudicam nossa capacidade competitiva, como a melhoria da infraestrutura, a redução da carga tributária e o investimento na qualificação da mão de obra. Isso é verdade, mas não nos deve levar a uma passividade em relação aos movimentos na cotação da moeda estrangeira. É uma questão de sermos práticos e utilizarmos o bom senso.

Em estágios mais avançados do desenvolvimento econômico é natural e aceitável que a moeda de um país sofra valorização no cenário internacional. Foi o caso do Japão na década l980 (que, entretanto, parece ter sido o principal fator por trás da perda de dinamismo de sua economia), quando o padrão de vida naquele país já era dos mais elevados do mundo. Será o caso da China (que tem em uma moeda muito desvalorizada um grande trunfo competitivo) daqui a alguns anos.

A economia brasileira encontra-se em estágio que ainda não pode se dar ao luxo de admitir uma moeda muito valorizada. Isso prejudicaria nosso desenvolvimento pela menor capacidade competitiva de nossos produtos industriais, tanto no mercado interno quanto no mercado internacional. Um real muito valorizado (dólar muito baixo) ajuda a destruir empregos no Brasil e a criar empregos no exterior (na China, por exemplo).




*Economista, consultor com mestrado pela FGV e ex-diretor do BC
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