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Opinião - Edição 571 - Jornal NippoBrasil

O risco das ousadias financeiras

Teruo Monobe*

Fatos importantes são explorados à exaustão e quando um comentarista publica seu artigo a respeito, este pode já estar desatualizado pela quantidade de novas informações que aparecem depois. Embora possamos correr esse risco, vamos analisar as últimas ações do governo, que não podem ser definidas de outra forma senão como ousadia. É o caso da capitalização da Petrobras (isso mesmo, sem acento). Depois de vista com ousadia, agora se fala em truque; mais tarde, talvez a operação tenha outra interpretação.

De acordo com as notícias divulgadas e com membros do governo, todos ganharam: a Petrobras fez a maior operação financeira da história, o governo elevou sua participação na empresa de 40% para 48%, o Tesouro encheu os cofres, a Bovespa se tornou a segunda maior bolsa de valores do mundo. Porém, operar com ações é um jogo de soma zero: se alguém ganha, outro perde na mesma proporção. Assim, esqueceram de falar que os investidores minoritários da Petrobras perderam, pois tiveram a participação diluída e o valor da carteira diminuído.

Só pedimos licença para invadir o espaço do vizinho acima, o sr. Furuguem, que, como ex-diretor do Banco Central, entende muitíssimo mais do que este comentarista (embora com experiência de 15 anos no mercado financeiro). A capitalização da Petrobras foi vista como solução para ajudar no pagamento dos juros da dívida pública porque trouxe R$ 30 bilhões para o Tesouro. Quer dizer: neste ano, haverá um recorde do superávit primário. Mas, o Tesouro teve que emitir títulos da dívida pública ao BNDES, para este participar dessa capitalização.

Os economistas, porém, veem a situação de forma diferente. A operação é vista como uma arrumação, uma manobra, um truque contábil, que não significa melhora fiscal do governo, que gasta mais do que o necessário. Assim, as metas de superávit deixam de ter validade como instrumento de análise de desempenho do governo. Este é o passivo da operação. Como truque, a operação deixa sequelas, a principal delas, o aumento da dívida bruta, coisa que vai impactar o próximo governo. Outra é a valorização do real, um assunto mais complicado.

A respeito de ambos os problemas – aumento da dívida e valorização do real –, os experts já falaram de tudo, o que nos isenta de fazer maiores comentários. A questão agora parece ser de semântica, já que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fala de uma guerra cambial internacional, de um enfraquecimento geral das moedas, o que tira a competitividade do Brasil. O presidente do Banco Central fala outra coisa: ao invés de guerra cambial, o Brasil está com um “problema cambial muito sério que precisa ser resolvido”. No fim, dá na mesma.

Em se tratando de um assunto de grande relevância, urge resolver a questão. Para conter a valorização do real, o governo tem usado diversos instrumentos, incluindo as operações de swaps cambiais reversos (equivalente à compra de dólares no mercado futuro). Mas, tem reduzido as atuações no mercado à vista. Agora, surge a notícia de que o governo pretende elevar o imposto sobre capital estrangeiro, por meio de elevação da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Tal medida visaria evitar que o real ficasse tão valorizado.

A medida visaria, em última instância, afugentar o capital especulativo de curto prazo e as operações de arbitragem de juro, mas também afetaria o capital de longo prazo. Caberia ao governo separar os dois prazos, aplicando em cada um deles, taxas diferentes de IOF: prazos longos de investimento poderiam ter imposto menor, enquanto prazos curtos seriam penalizados com impostos mais elevados. É separar a especulação do investimento estrangeiro direto, e não penalizar as captações externas das empresas brasileiras.

Se os truques contábeis já são mal vistos pelo mercado financeiro, a elevação do IOF pode ser uma ação extrema de grande impacto no mercado global. A medida imaginada, sem dúvida, vai ser alvo de muitas discussões. Por enquanto, o ministro da Fazenda e o presidente do Banco Central têm que passar da semântica para a ação. Quem sabe no momento em que esta matéria estiver sendo publicada, a medida já seja fato concreto. E, se o leitor já chegou até estas últimas linhas, é sinal que entendeu o que queríamos dizer sobre os últimos atos do governo.




*Mestre em Administração Internacional e doutor pela USP
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