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Opinião - Edição 571 - Jornal NippoBrasil

Taxas de equilíbrio – dá para calcular?

Alberto Furuguem*

Os economistas costumam utilizar alguns conceitos teóricos para avaliar a complexa realidade e assim tentar melhor perceber (e/ou sugerir) possíveis caminhos para a condução da política econômica. “Taxa de crescimento sustentável” , “taxa básica real de juro de equilíbrio” e “taxa de câmbio de equilíbrio” estão entre os conceitos mais lembrados e, eventualmente, “calculados”.

O Produto Interno Brasileiro (PIB) deverá crescer a uma taxa superior a 7% este ano. Isso, nesta altura, já é quase um fato consumado. O crescimento é baseado, em boa parte, na ocupação de capacidade instalada já existente em 2009, quando o crescimento foi nulo. Assim, o crescimento médio no período 2009/10, ficará entre 3% e 4%. Não há nada de muito especial nisso.

A maioria dos analistas acredita, entretanto, que não será possível manter o ritmo de crescimento de 2010 nos próximos anos. Tanto é assim que as projeções para o crescimento da economia brasileira, feitas tanto por empresas privadas quanto por órgãos oficiais, em geral não costumam ficar muito acima de 5% ao ano. As razões lembradas para a “não sustentação” de um ritmo de crescimento de 7% a.a. são plausíveis: infraestrutura deficiente (estradas deterioradas, portos e aeroportos congestionados, recursos humanos com baixa produtividade; carga tributária elevada e deficiente; taxa de juro elevada (na comparação internacional); burocracia exagerada e taxas de poupança e de investimento (como proporção do PIB) insuficientes.

É possível elaborar modelos visando quantificar ou calcular valores para os diversos parâmetros macroeconômicos. Essas quantificações têm sua utilidade, desde que utilizadas com bom senso.

Não é difícil aceitar a ideia de que existam “taxas de equilíbrio” para o câmbio, para o crescimento potencial, para o juro básico, etc. O problema é que cada quantificação estará apenas tentando “sugerir” um número que possa estar mais próximo ou mais distante da efetiva “taxa de equilíbrio” (que, na realidade, ninguém conhece, nem tem como conhecer, a não ser Deus que, por definição, é onisciente). Outro problema é que a “taxa de equilíbrio” é uma variável que se move o tempo todo (a cada milionésimo de segundo), simplesmente porque as variáveis políticas, econômicas, psicológicas, sociais, internas e externas estão sujeitas a mudanças (maiores ou menores) em tempo real.

Há alguns anos, notáveis economistas, na busca de uma explicação para o “porquê” da necessidade, no Brasil, de uma taxa real básica de juro bem mais elevada que a média internacional, chegaram a um número da ordem de 8% a.a. Naquela época, e diante das condições internas e externas, um juro real menor que 8% poderia ter como consequência uma aceleração na inflação. Os fatos pareciam sugerir isso.

Como as múltiplas variáveis capazes de afetar aquela suposta “taxa de equilíbrio” estavam e estão em permanente movimento, em tempo real, a “taxa de juro de equilíbrio”, no caso brasileiro, seguiu em queda, conforme sugerem os fatos (principalmente o comportamento da inflação).

Houve um tempo (recentemente) em que o BC (ou alguns de seus dirigentes) parecia acreditar que a “taxa de juro básica real de equilíbrio” girava em torno de 6% a.a.

Se isso fosse verdade, a taxa Selic real não poderia ficar abaixo de 6% a.a. por um longo período, sob pena de colocar em risco a convergência da taxa de inflação (medida pelo IPCA) para o centro da meta (4,5% a.a.). As elevações feitas na taxa Selic este ano estavam calcadas nessa ideia. A inflação, entretanto, surpreendeu em termos positivos (taxas menores que as previstas). Isso recoloca a pergunta: será que a taxa de equilíbrio agora é menor do que 6% a.a.?

E a taxa de câmbio de equilíbrio, qual será? As dificuldades para seu cálculo são semelhantes: múltiplas variáveis internas e externas estarão afetando seu valor. Daí a dificuldade de consenso entre os economistas. Devemos deixar o mercado solucionar o problema, com mínimo de interferência? Devemos intervir para que o real não se valorize em excesso em face de uma conjuntura transitória? Em que grau devemos intervir no mercado?

Enfim, o ato de fazer política econômica pode beneficiar-se tanto da Ciência Econômica (e seus instrumentos) como e, talvez principalmente, da sensibilidade de quem as pratica. O rigor do racionalismo científico (em ciência social) não necessariamente produz os melhores resultados estratégicos para a sociedade. Daí o motivo de cálculos de parâmetros, como taxa de crescimento sustentável, taxa de câmbio de equilíbrio, taxa real de juro de equilíbrio, poderem ser bastante úteis, para o balizamento da política econômica, desde que utilizados com bom senso.



*É Economista, consultor com mestrado
pela FGV e ex-diretor do BC
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